Concordância verbal com sujeitos plurais na gramática portuguesa

A concordância verbal é um dos pilares fundamentais da gramática portuguesa. Quando o assunto é a concordância com sujeitos plurais, muitos aprendizes de língua portuguesa encontram dificuldades. Este artigo pretende esclarecer as regras e nuances envolvidas na concordância verbal com sujeitos plurais, oferecendo exemplos práticos e dicas para facilitar a compreensão.

O Básico da Concordância Verbal

Em português, a concordância verbal ocorre quando o verbo se ajusta ao sujeito da frase em número e pessoa. Se o sujeito é plural, o verbo também deve ser conjugado no plural. Parece simples, mas a variedade de situações e exceções pode tornar este tópico complexo.

Regras Gerais

Na maioria dos casos, a concordância verbal com sujeitos plurais segue regras claras e diretas. Vamos começar com exemplos simples para entender melhor:

1. **Os alunos estudam todos os dias.**
2. **As crianças brincam no parque.**

Nestes exemplos, o sujeito “os alunos” e “as crianças” está no plural, e os verbos “estudam” e “brincam” concordam com estes sujeitos, também estando no plural.

Casos Especiais

Existem, no entanto, vários casos especiais e exceções que podem confundir os aprendizes. Vamos explorar alguns desses casos mais detalhadamente.

Sujeitos Compostos

Quando temos um sujeito composto, isto é, formado por dois ou mais núcleos, a concordância verbal pode variar dependendo da posição e da proximidade dos núcleos do sujeito.

Sujeitos Unidos por “e”

Se os núcleos do sujeito composto estão unidos pela conjunção “e”, o verbo deve estar no plural:

1. **O Pedro e a Maria viajaram para Lisboa.**
2. **As crianças e os adultos participaram da festa.**

Sujeitos Unidos por “ou”

Quando os núcleos do sujeito composto estão unidos pela conjunção “ou”, a concordância verbal depende do contexto da frase.

– Se a ideia é de exclusão, o verbo fica no singular:
1. **O João ou a Maria será escolhido.** (Apenas um dos dois será escolhido)

– Se a ideia é de inclusão, o verbo fica no plural:
1. **O João ou a Maria são responsáveis pelo projeto.** (Ambos são responsáveis)

Sujeitos Compostos Antecipados

Quando o sujeito composto vem antes do verbo, a concordância é feita no plural:

1. **Os alunos e os professores participaram da reunião.**

Por outro lado, se o sujeito composto vem depois do verbo, ele pode concordar com o núcleo mais próximo ou ir para o plural:

1. **Participaram da reunião os alunos e os professores.**
2. **Participou da reunião os alunos e os professores.** (Menos comum)

Sujeitos Compostos por Expressões Partitivas

Expressões partitivas como “a maioria de”, “a maior parte de”, “metade de” podem causar dúvidas na concordância verbal. Nestes casos, o verbo pode concordar com a expressão partitiva (singular) ou com o substantivo plural que a segue.

– Concordância com a expressão partitiva:
1. **A maioria dos alunos estuda à noite.**

– Concordância com o substantivo plural:
1. **A maioria dos alunos estudam à noite.**

Ambas as concordâncias são gramaticalmente corretas, mas a concordância com o substantivo plural é mais comum na linguagem falada.

Concordância com Nomes Coletivos

Os nomes coletivos referem-se a um grupo de elementos ou seres da mesma espécie. Exemplos incluem “bando”, “multidão”, “exército”. Nestes casos, a concordância verbal depende do foco da frase.

– Se o foco está no coletivo, o verbo fica no singular:
1. **O bando de pássaros voa alto.**

– Se o foco está nos indivíduos do coletivo, o verbo pode ir para o plural:
1. **O bando de pássaros voam alto.**

Concordância com Pronomes Indefinidos

Os pronomes indefinidos, como “alguns”, “muitos”, “vários”, sempre exigem que o verbo esteja no plural quando usados como sujeito:

1. **Alguns dos alunos faltaram à aula.**
2. **Muitos dos convidados chegaram cedo.**

Concordância em Orações Subordinadas

As orações subordinadas também podem apresentar desafios na concordância verbal. Quando a oração subordinada adjetiva ou substantiva tem um sujeito plural, o verbo deve concordar com este sujeito:

1. **Os professores que participaram do congresso foram premiados.**
2. **É necessário que todos os alunos compareçam à reunião.**

Concordância com Sujeitos Elípticos

O sujeito elíptico, ou sujeito oculto, não é explicitamente mencionado na frase, mas é entendido pelo contexto. Mesmo assim, a concordância verbal deve ser mantida:

1. **Comprámos pão e fomos ao mercado.** (o sujeito “nós” está elíptico, mas o verbo concorda no plural)
2. **Estudaram a noite toda e passaram no exame.** (o sujeito “eles/elas” está elíptico, mas o verbo concorda no plural)

Concordância com Sujeito Inexistente

Existem situações em que o sujeito é inexistente, como em verbos impessoais e fenômenos da natureza. Nesses casos, o verbo fica no singular, independentemente da presença de palavras no plural:

1. **Havia muitas pessoas na festa.**
2. **Choveu bastante durante a semana.**

Casos de Concordância Facultativa

Há situações em que a gramática portuguesa permite uma certa flexibilidade na concordância verbal. Vamos explorar alguns exemplos:

Nomes Próprios no Plural

Quando o sujeito é um nome próprio no plural, o verbo pode concordar no singular ou no plural:

1. **Os Estados Unidos é uma potência mundial.**
2. **Os Estados Unidos são uma potência mundial.**

Ambas as formas são aceitas, embora a primeira seja mais comum em contextos formais.

Concordância Atrativa

Quando o sujeito é composto por núcleos de diferentes números, a concordância pode ser feita com o núcleo mais próximo (concordância atrativa) ou no plural:

1. **Nem o professor nem os alunos entenderam a explicação.** (concordância no plural)
2. **Nem o professor nem os alunos entendeu a explicação.** (concordância atrativa com o núcleo mais próximo)

Erros Comuns e Dicas para Evitar

A concordância verbal com sujeitos plurais pode ser complicada, mas é fundamental para a clareza e correção gramatical. Aqui estão alguns erros comuns e dicas para evitá-los:

Erro: Concordância com o Verbo no Singular

Muitos aprendizes cometem o erro de fazer a concordância verbal no singular quando o sujeito está no plural. Por exemplo:

1. **Os alunos estuda todos os dias.** (incorreto)
– Correção: **Os alunos estudam todos os dias.**

Erro: Concordância Inadequada em Sujeitos Compostos

Outro erro comum é não fazer a concordância correta em sujeitos compostos:

1. **O Pedro e a Maria viajou para Lisboa.** (incorreto)
– Correção: **O Pedro e a Maria viajaram para Lisboa.**

Dica: Identifique o Sujeito

Para evitar erros de concordância, é crucial identificar corretamente o sujeito da frase. Pergunte-se: “Quem é que realiza a ação?” e ajuste o verbo de acordo com o número e a pessoa do sujeito.

Dica: Pratique com Exemplos

A prática é fundamental para dominar a concordância verbal. Crie frases com sujeitos plurais e verifique se a concordância está correta. Por exemplo:

1. **As flores e as árvores crescem no jardim.**
2. **Os livros e os cadernos estão na mesa.**

Conclusão

A concordância verbal com sujeitos plurais é um aspecto essencial da gramática portuguesa que requer atenção e prática. Compreender as regras gerais, os casos especiais e as exceções é fundamental para evitar erros e comunicar-se de forma clara e correta.

Esperamos que este guia tenha fornecido uma compreensão mais profunda e prática da concordância verbal com sujeitos plurais na língua portuguesa. Continue praticando e revisando, e em breve dominará este aspecto fundamental da nossa bela língua.

Aprendizagem de línguas mais rápida e fácil com a IA

Talkpal é um professor de línguas com IA.
Domina 57+ idiomas de forma eficiente 5x mais rápido com uma tecnologia revolucionária.